"A VIDA ensinou-me a desconfiar de dois tipos de homens: dos que falam muito e dos que estão sempre a querer agradar. Aprendi com os primeiros que quanto mais falam, menos devemos levar a sério o que dizem. Se prometem levar-nos a Veneza logo que a relação começa, o mais provável é a viagem nunca acontecer. Se falam prematuramente em casamento e se perdem a imaginar uma lista de nomes possíveis para possíveis descendentes, é certo que acabam por desistir das duas empreitadas. E se nos dizem amo-te 20 vezes por dia, o mais certo é que, ao primeiro desentendimento, encontrem outra a quem vão dizer o mesmo em menos de uma semana.
O GÉNERO disco riscado que se repete sem mostrar sinais de cansaço remete directamente para a categoria do ‘agradador’. O agradador está sempre bem disposto, dá-se bem com todas as pessoas da nossa família, é capaz de levar a sobrinhada ao cinema e a futura sogra à opera, mostrando-se disponível e prestável, incansável e, pensa ele, insubstituível. Nunca discute nem se zanga, preferindo uma solução de compromisso para todas as questões. Vive obcecado com a sua paixão, mulher de sonho, deusa perfeita que ele ama perdidamente, até ao dia em que rebenta de tanta magnanimidade e explode. E quando um agradador explode, leva tudo à frente.(...)
MANDAM as regras do bom senso que o amor é para se dar com cuidado, mas sem cobranças. E quem dá a fazer contas ao que pode receber, acaba por sair de cena sem dignidade. Olhar para uma relação amorosa como um fundo de investimento pode levar a um poço sem fundo. É o efeito boomerang. Caso se encontre na iminência de ser atingindo/a por um, baixe-se e respire fundo. Os actos ficam com quem os pratica, é o próprio que acabará por ter de engolir o que fez."
http://sol.sapo.pt/blogs/margaridarebelopinto/default.aspx
O GÉNERO disco riscado que se repete sem mostrar sinais de cansaço remete directamente para a categoria do ‘agradador’. O agradador está sempre bem disposto, dá-se bem com todas as pessoas da nossa família, é capaz de levar a sobrinhada ao cinema e a futura sogra à opera, mostrando-se disponível e prestável, incansável e, pensa ele, insubstituível. Nunca discute nem se zanga, preferindo uma solução de compromisso para todas as questões. Vive obcecado com a sua paixão, mulher de sonho, deusa perfeita que ele ama perdidamente, até ao dia em que rebenta de tanta magnanimidade e explode. E quando um agradador explode, leva tudo à frente.(...)
MANDAM as regras do bom senso que o amor é para se dar com cuidado, mas sem cobranças. E quem dá a fazer contas ao que pode receber, acaba por sair de cena sem dignidade. Olhar para uma relação amorosa como um fundo de investimento pode levar a um poço sem fundo. É o efeito boomerang. Caso se encontre na iminência de ser atingindo/a por um, baixe-se e respire fundo. Os actos ficam com quem os pratica, é o próprio que acabará por ter de engolir o que fez."
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