Ora, já não é segredo para ninguém que o meu corpo lá cedeu aos excessos de anos seguidos de trabalho e stress. Nestas fases ficamos sempre mais sensíveis (ok, já sei que sou a rainha da susceptibilidade) e precisamos de mimos (ou pelo menos que as pessoas não nos sobrecarreguem com os seus problemas recorrentes, dúvidas existenciais, faltas de ar e "tempos para reflexão").
Tentei explicar isto a um Homem... não correu bem!
A seguir, encontrei este texto e fiquei a pensar nele:
"O Príncipe encantado afinal existe? Será que vale a pena suspirar pelo Homem Ideal? Ou esperar que aquele que pensamos ser o homem da nossa vida nos venha bater à porta? Os contos de fadas dizem que sim, mas os contos de fadas estão fora de moda. As princesas já não passam o dia fechadas em castelos, já não há dragões nem bruxas de verruga no nariz e as madrastas maléficas são como os cigarros: estão out. O cavalo branco foi substituído pelo carro, o castelo de sonho por um T3 e já ninguém acredita nem em ter muito filhos, nem que pode ser feliz para sempre.
AS NARRATIVAS clássicas são perversas: os amantes nunca estão juntos, e se tão raro momento de sorte acontece, logo pagam as favas e com juros. O perigo espreita de cada vez que uma donzela se apaixona e só o homem tem um papel activo: é ele que tem de lutar contra monstros e inimigos, de ultrapassar pontes incendiadas e de subir a torres sem escadas, enquanto a desgraçada espera, espera, espera, bordando, cantando e aborrecendo-se de morte. (...)
O VERDADEIRO príncipe é o que não precisa de lutar pela sua princesa todos os dias; ele chega a casa e junta-se a ela para resolver os problemas que forem precisos. Está presente, todos os dias, para o que der e vier. E quando é preciso matar um dragão ou enfrentar uma bruxa; ambos concertam uma estratégia para repor a ordem. O verdadeiro príncipe não está sempre a precisar de se ausentar para pensar bem naquilo que quer; ele sabe o que quer e, uma vez tomada a decisão, segue o seu instinto com coerência e consistência.
Talvez a sua maior qualidade, ao contrário dos príncipes confusos e indecisos, é não ter medo de ser feliz. Ele sabe que ser feliz dá trabalho, requer investimento, obriga a tempo e apela à disciplina. Ele tem consciência de que a sua donzela, tal como qualquer outra mulher, é complexa, mimada, caprichosa, por vezes infantil, não raro insegura e de vez em quando insuportável. Mas ele também sabe que gostar dela é aturá-la com os defeitos e aproveitar ao máximo as suas qualidades.
O VERDADEIRO príncipe tem poucas dúvidas, opera segundo o princípio da determinação. Já os outros, os que andam a brincar ao Homem Ideal, são escravos da hesitação; precisam sempre de mais um tempo. Meus amigos, tempos dão-se no futebol. Um homem que se preze, ou quer ou não quer. É pegar ou largar."
http://sol.sapo.pt/blogs/margaridarebelopinto/default.aspx
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