sexta-feira, 27 de novembro de 2009

NÃO FAZ SENTIDO ABRIR A MINHA CAIXA DE PANDORA

Tenho outro blogue. Um blogue mais pessoal onde escrevo o que sinto, exactamente como sinto no momento em que estou a escrever. Outro dia numa amena cavaqueira prometi ir ver o que havia escrito a respeito de uma situação concreta.
Como gosto de cumprir as minhas promessas, logo que tive oportunidade fui reler o que escrevi nos primeiros meses deste ano. Está tudo escrito: o que senti, o que pensei, o que me surpreendeu, o que me desiludiu profundamente.

A verdade é que foi uma fase (que já passou) e não me apetece sequer reler. Ficou registada a história para memória futura, mas - para já - não me apetece partilhar (nem tão pouco relembrar) o que me ia na alma.
PODIA RESUMIR-ME ASSIM:

Já escondi um amor com medo de perdê-lo...
Já perdi um amor por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo...
Já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir as minhas mãos...
Já expulsei da minha vida pessoas que amava...
Já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando, até o sono pegar...
Já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...

Já acreditei em amores perfeitos...
Já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram...
Já decepcionei pessoas que me amaram...

Já passei horas à frente do espelho,
tentando descobrir quem sou...
Já tive tanta certeza de mim,
ao ponto de querer sumir...
Já menti e me arrependi depois...
Já falei a verdade e também me arrependi...
Já fingi não dar importância a pessoas que amava,
para mais tarde chorar quieta no meu canto...
Já sorri, chorando lágrimas de tristeza...
Já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena...
Já deixei de acreditar nas que realmente valiam...
Já senti muita falta de alguém...
mas nunca lhe disse...


Já gritei quando devia calar...
Já calei quando deveria gritar...
Muitas vezes deixei de falar o que penso,
para agradar uns...
Outras vezes falei o que não pensava,
para magoar outros...
Já fingi ser o que não sou para agradar uns...
Já fingi ser o que não sou para desagradar outros...
Já contei piadas e mais piadas sem graça,
apenas para ver um amigo mais feliz...
Já inventei histórias de final feliz,
para dar esperança a quem precisava...

Já caí inúmeras vezes,
achando que não me iria reerguer...
Já me reergui inúmeras vezes,
achando que não cairia mais...

Já liguei para quem não queria,
apenas para não ligar para quem realmente queria...
Já chamei pessoas próximas de "amigo",
e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada...
E sempre foram e serão especiais para mim...

Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre...
Não me convidem a ser igual...
porque sinceramente sou diferente!!!


Não sei amar pela metade...
Não sei viver de mentiras...
Não sei voar com os pés no chão...
Sou sempre eu mesma...
Mas com certeza,
não serei a mesma para sempre!

Gosto dos venenos mais lentos,
das bebidas mais amargas,
das drogas mais poderosas,
das ideias mais insanas,
dos pensamentos mais complexos,
dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco
que eu vou dizer: E daí? EU ADORO VOAR!

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