segunda-feira, 6 de abril de 2009

Coisas minhas...

Sou estranha...
Estamos todos de acordo que a minha forma de estar não é exactamente o que se considera uma forma de estar "normal" (e com muita pena minha, constato que o passar dos anos atenua muitas das características que me tornaram única - nem melhor, nem pior - diferente).
Há uns dias li no blogue de uma amiga que ela estava aborrecida pelo fim de uma amizade. Na altura, recordei-lhe a "velhinha" ideia de que as pessoas estão na nossa vida por uma “Razão”, uma “Estação” ou uma “Vida Inteira" e que, depois de aceitarmos essa circunstância, se torna mais fácil lidar com eventuais "perdas".
A razão porque me lembrei disso agora?
Coincidências!
Trabalho numa zona central da cidade, rodeada de pessoas que chegaram por uma "Razão" ou que permaneceram comigo apenas por uma "Estação" e que, portanto, fui "perdendo". Claro está que, às vezes, acontece cruzarmo-nos, mas são poucos - muito poucos mesmo - aqueles que me fazem abrandar o passo (pelo contrário, normalmente desvio-me rapidamente e tento não ser sequer vista).
Já me acusaram de ser muito fria na gestão dos meus afectos. Não sei se concordo.
Na verdade, embora racionalmente aceite que as pessoas já não fazem parte da minha vida, emocionalmente custa-me tê-las perdido e revê-las faz-me pensar no tema novamente.
Com as devidas adaptações, quando alguém sai da minha vida é como se morresse, pelo que voltar a estar com ela faz-me sentir como se fosse obrigada a visitá-la num qualquer cemitério (quem me conhece sabe que não vou a cemitérios... lá não estão as pessoas de que gosto, estão os "restos" e não é assim que as quero recordar).
Será isto frieza? Talvez...
Para mim é a forma de preservar o bom que ficou e evitar destruir as recordações de uma relação que, por qualquer motivo, teve já o seu fim (e não há fim que não deixe mágoas, tristezas e ressentimentos de parte a parte).
Gosto muito das pessoas que passaram pela minha vida (vou gostar sempre) e é por isso que, algumas delas, não quero rever (tenho ideia de que tudo o que me disserem só servirá para aumentar a desilusão que tive e/ou a tristeza pela "perda" sofrida).
Tola esta atitude? Talvez...
Mas é assim que eu sou... (e como católica, sei que quem for realmente excepcional não ficará eternamente "morto", acabará por "ressuscitar" e deliberadamente "aparecer" junto a mim).

1 comentário:

  1. Não creio que sejas tola. É forma que encontraste para te preservares e para preservares a imagem (a vivência) que os outros imprimiram em ti.
    Eu pessoalmente, gosto de ti como és e aceito-te assim.Acho sinceramente que é essa diferença tua que faz de ti um ser único e especial. Por isso quero continuar a ser tua amiga e ir sempre acompanhado o teu percurso, mesmo que de longe.
    Beijinho grande

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