Demorei a escrever sobre o tema porque não sabia bem o que dizer. Provavelmente tinha as expectativas demasiado elevadas.
A verdade é que a peça é anunciada como o resultado de de 200 entrevistas realizadas por Eve Ensler a mulheres de todo o mundo, na procura de medos, fantasias, dramas e insatisfações femininas. Avisam-nos que alguns dos monólogos são entrevistas textuais, que outros são o cruzamento de várias entrevistas e outros, ainda, o resultado da imaginação da autora. Dizem-nos também que um dos monólogos é inspirado num dos wokshops organizado por Betty Dotson, uma mulher que dizem anda, há 25 anos, a ajudar as mulheres a localizar e a amar as suas vaginas.
Esquecem-se é de nos dizer que as entrevistas datam do início dos anos 90 e que, portanto, muitas das situações estão desfasadas da realidade que conhecemos. É verdade que os monólogos falam do prazer, das infelidades conjugais, da menstruação, de violações, de partos e até de terapias de grupo. A questão é que - para muitos dos espectadores - o discurso está completamente ultrapassado e desadequado da sua vivência (ou das histórias que ouvimos contar). Passei um serão engraçado, mas confesso que o texto, em alguns momentos, me aborreceu mortalmente e se há tema que nunca antes me havia aborrecido é tema vagina.
P.S. Li numa dessas revistas cor-de-rosa que uma qualquer socialite terá dito a propósito deste tema: "Ó filha, eu não vou ver os Monólogos da Vagina. A minha vagina só faz diálogos. E escolhe bem o interlocutor." Pensei um pouco sobre o tema e vi-me forçada a concordar! LOL
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