domingo, 21 de abril de 2013

Já não tenho 1 amigo... São só lembranças o que guardo no coração

Hoje estava a ver um programa de televisão e lembrei-me de um amigo. O entrevistado usava as expressões que me habituei a ouvir-lhe, tinha o mesmo género de tiques e uma série de ideias semelhantes.
Esse meu amigo esteve presente em (quase) todos os momentos importantes da minha vida e, por isso, mora num dos lugares mais especiais do meu coração.
Hoje apercebi-me que o inverso foi deixando de acontecer. Na última década, não estive presente em (nenhum) momento importante da vida dele. Não partilhou comigo as alegrias, não desabafou as tristezas, não me incluiu sequer nas comemorações de aniversários (actualmente trocamos os sms que a cortesia obriga).
Este meu amigo, na adolescência, brincava comigo porque eu afirmava convictamente que não tratava os meus conhecidos/amigos todos de igual forma. Gozava com o facto de eu ter uma "escala" onde colocava os meus amigos, tratando-os de acordo com o grau em que estavam. E ele era um dos mais bem colocados!
Sim, tenho uma "escala" para o meu relacionamento com os outros! Obviamente que não posso tratar da mesma forma quem me trata com carinho e preocupação e aqueles que se lembram de mim se (e quando) necessitam. Para mim é uma evidência (desde que me lembro de ser gente): os amigos não são todos iguais e há que tratá-los com a deferência que - a cada momento - merecem.
Hoje percebi que esse meu amigo, já não é um amigo. É uma lembrança, um carinho que faz com que permaneça no meu coração e, muitas vezes, no meu pensamento.
Constatei, tristemente, que lembrança é passado e amigo é quem nos acompanha no presente.
Como diz Miguel Esteves Cardoso: "O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. (...)O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo."
E o tempo passou por nós e pela nossa amizade...
Ao olhar para o programa de televisão tive (muitas) saudades, mas também me questionei se não tinha deixado tempo a mais o meu coração ocupado por uma amizade inexistente.
É que - e tenho de citar novamente o MEC - "Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas."


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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Volvidos 9 meses...

Nem tudo está perfeito, não consegui cumprir todos os objectivos a que me propus.
Provavelmente culpa minha (exijo sempre demais de mim mesma). Não dou tempo ao tempo, é o que é (mas quem me garante que tenho tempo para dar ao tempo?)!
Falta-me o descanso e o tempo que gosto de dedicar a mim mesma, mas ganhei outras coisas muito mais valiosas, únicas e insubstituíveis (que são minhas e não estou - ainda - disposta a partilhar).
A vida não mudou, adaptei-me. Rio muito, mais vezes, mesmo quando durmo pouco. Redescobri o gosto pelo trabalho, tornei-me mais organizada, descartei o que não era essencial e aprendi a resguardar-me. Sou mais cautelosa, embora continue a gostar de guiar depressa.
Brinco muito, canto sem parar e já perdi a noção das histórias que inventei.
Reajo muito bem aos contratempos, sem desespero nem histerismo.
Sei que está tudo a correr muito bem! Como é que eu sei isso?
Simples, basta olhar para o lado: a felicidade está sempre estampada nos grandes olhos e no sorriso de 3 dentes...


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