sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A MINHA teoria sobre orgulho e preconceito

diálogo
s. m.
1. Conversação entre duas pessoas (diferente de simplesmente falar).
orgulho
s. m.
1. Manifestação do alto apreço ou conceito em que alguém se tem (impedindo-o de reconhecer os próprios erros e as qualidades dos outros com quem se cruza).
preconceito (pre- + conceito)
s. m.
1. Ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial.

Muitos erros nascem de orgulho e preconceito!
De facto, andamos tão convictos das nossas ideias, dos nossos parâmetros de raciocínio que tendemos, sem darmos conta disso, a formar ideias sobre os outros ou as situações em que nos encontramos sem uma análise objectiva e sem qualquer fundamento sério.
Saber dialogar, por exemplo, implica sermos capazes de ouvir o outro, sem julgar nem condenar, abstraindo-nos da nossa forma de ver o mundo e, simultaneamente, dizermos ao outro, com verdade e sem receios, aquilo que realmente pensamos, sem medo de sermos avaliados negativamente.
O problema é que nos habituámos a ver o mundo pelos "nossos olhos" e tornamo-nos incapazes de aceitar que "outros olhos" verão um mundo diferente do nosso. Assim, o que quer que nos seja apresentado que não corresponda à nossa experiência, aos nossos ideiais ou ao nosso padrão é rejeitado. Ao mesmo tempo, conscientes de que agimos desta forma, estamos certos que o outro também será assim e, como tal, deixamos de apresentar-lhe a forma como vêmos o mundo - as nossas reais ideias e desejos - pois estamos certos que não seremos compreendidos e, provavelmente, a nossa imagem sairá manchada e nós seremos rejeitados.
Estamos declaradamente com problemas de comunicação e, portanto, é fraca a qualidade das relações pessoais (e sociais) que temos, aumenta a nossa insatisfação com os relacionamentos interpessoais e é crescente a dedicação aos computadores (as máquinas não julgam e não nos rejeitam) e a nós mesmos (numa solidão crescente).
Como se ultrapassa isto? Não sei...
Contudo, parece-me que se cada um de nós aprender a mostrar o seu verdadeiro "Eu" e, deixando o orgulho de parte, tiver a humildade de olhar para os outros sem formar, antecipadamente e sem fundamento, uma ideia a seu respeito e a propósito das suas convicções, sonhos e desejos - com os quais não tem de concordar, basta aceitar o direito à diferença - seremos capazes de desenvolver relações interpessoais mais saudáveis.



Nota: Aceitar a diferença não significa que tenhamos de partilhar e concordar com os ideais das pessoas que connosco se cruzam; muita vezes, essas diferenças são inconciliáveis e portanto o estilo de vida nunca será o mesmo, mas tal não impede que possamos conviver serenamente. Uma pessoa monogâmica não pode pretender viver com uma pessoa poligâmica, certo? Mas não há nada que as impeça de beber um café, pois não? É só nunca esquecer que aceitar não significa compartilhar... Podemos relacionarmo-nos com todo o tipo de pessoas, aceitando as suas diferenças, mas só podemos viver com aquelas com quem compartilhamos o núcleo essencial de ideias e projectos (quantas vezes os divórcios não surgem porque no calor da paixão nos esquecemos que não partilhávamos dos mesmos ideais e não tínhamos um projecto comum para desenvolver?) .

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