segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Por que já ninguém dança slow?!!

"Por que já ninguém dança slow? As pessoas ainda se apaixonam, os livros que contam histórias de amor continuam no top de vendas, as comédias românticas mantêm as plateias cheias e os meios modernos de comunicação virtual estão pejados de corações a bater e de flores a nascer. O amor continua a vender, na moda, nas campanhas de perfumes, nas séries da Fox e nas novelas. Parece que andamos todos à procura do mesmo – todos queremos amar e ser amados, todos sonhamos com momentos cinéfilos perfeitos, um a correr em direcção ao outro em câmara lenta num prado verdejante ou numa praia tropical, e a magia desses eternos clichés mantém o nosso coração fresco e em constante processo de reciclagem. Mas, então, por que passamos mais tempo a conversar por chat do que sentados no sofá ao lado uns dos outros, por que nos é cada vez mais fácil teclar ‘amo-te’ e mais difícil dizer a quatro olhos ‘gosto de ti’?

Devia ser formado um movimento mundial em favor da recuperação dessa brilhante instituição que é o slow. As pessoas deviam ser obrigadas por lei a dançar pelo menos um por semana, uma vacina contra a falta de graça do dia-a-dia cinzento. Cada país podia financiar campanhas publicitárias que apelassem à prática do mesmo com mensagens do género ‘um slow por dia dá saúde e alegria’. O mundo desacelerava um bocado, criava-se um dia para o slow, à semelhança da casual friday. E tenho quase a certeza de que seríamos todos mais felizes. Talvez mais ridículos, mas, no fim do dia, mais felizes."
Margarida Rebelo Pinto

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