SOU UM ESPÍRITO LIVRE... "(escrevo) Para pensar. Para compreender. Acontece que eu sou assim. Preciso de registar as coisas para sentir que as compreendo plenamente."
terça-feira, 30 de junho de 2009
IMITAÇÃO
Fernando Alvim
segunda-feira, 29 de junho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
sábado, 27 de junho de 2009
MONÓLOGOS DA VAGINA
Demorei a escrever sobre o tema porque não sabia bem o que dizer. Provavelmente tinha as expectativas demasiado elevadas.
A verdade é que a peça é anunciada como o resultado de de 200 entrevistas realizadas por Eve Ensler a mulheres de todo o mundo, na procura de medos, fantasias, dramas e insatisfações femininas. Avisam-nos que alguns dos monólogos são entrevistas textuais, que outros são o cruzamento de várias entrevistas e outros, ainda, o resultado da imaginação da autora. Dizem-nos também que um dos monólogos é inspirado num dos wokshops organizado por Betty Dotson, uma mulher que dizem anda, há 25 anos, a ajudar as mulheres a localizar e a amar as suas vaginas.
Esquecem-se é de nos dizer que as entrevistas datam do início dos anos 90 e que, portanto, muitas das situações estão desfasadas da realidade que conhecemos. É verdade que os monólogos falam do prazer, das infelidades conjugais, da menstruação, de violações, de partos e até de terapias de grupo. A questão é que - para muitos dos espectadores - o discurso está completamente ultrapassado e desadequado da sua vivência (ou das histórias que ouvimos contar). Passei um serão engraçado, mas confesso que o texto, em alguns momentos, me aborreceu mortalmente e se há tema que nunca antes me havia aborrecido é tema vagina.
P.S. Li numa dessas revistas cor-de-rosa que uma qualquer socialite terá dito a propósito deste tema: "Ó filha, eu não vou ver os Monólogos da Vagina. A minha vagina só faz diálogos. E escolhe bem o interlocutor." Pensei um pouco sobre o tema e vi-me forçada a concordar! LOL
DUALIDADES
Recomeços verdadeiros, interiorizados, meditados e assumidos. É aquela sensação de nascer outra vez mas mantendo os conhecimentos e experiências anteriores bem vivos e a (louca) esperança de que desta vez é que irei evitar cometer erros.
Qualquer desculpa é boa, para eu accionar o botão de recomeçar! Iniciar, acabar ou reatar uma relação , mudar de emprego, mudar de casa, mais um aniversário, ano novo e até (pasme-se) uma viagem mais longa de avião.
Sou dada a recomeços, é a minha natureza! E quando um recomeço se perspectiva consigo sentir-me, por alguns momentos, verdadeiramente feliz!
Claro que não há bela sem senão...
Recomeçar também significa deixar para trás pessoas, sentimentos e momentos que fazem parte de mim. Implica coragem de romper com a rotina e com o estado geral das coisas. Recomeçar obriga-me a enfrentar o medo do erro, o medo da aventura e, em especial, o medo de avançar na direcção errada.
Quem tem esta natureza - natureza do eterno recomeço - debate-se muitas vezes com a questão de saber se é ou não o momento certo. Mesmo depois de ter avançado - e passada a euforia do momento de todas as esperanças - é recorrente o surgimento da questão "E se eu me precipitei?".
Depois de muito meditar no tema não sei como apurar qual é o momento certo para recomeçar (seja o que for). Sei que, para mim, o momento chega sem avisar e torna-se impossível não aceitar que está na hora. Às vezes dou por mim a tentar resistir, mas já aprendi que isso normalmente me custa a saúde e a sanidade mental.
De facto, no que me diz respeito quando sopram os ventos de recomeço, o melhor mesmo é deixar fluir... coisas maravilhosas acontecem quando fazemos algo nunca antes experimentado e vamos a lugares nunca antes explorados.
CITAÇÕES
"Remember when we were little, and we would accidentally bite a kid on the playground? Our teachers would go "Say you're sorry." And we would say it, but we wouldn't mean it. Because the stupid kid we bit, totally deserved it. But, as we get older, making amends isn't so simple. After the playground days are over, you can't just say it. You have to mean it."
"(...) as human beings we can always try to do better. To be better. To right a wrong. Even when it feels irreversible. Of course, I'm sorry doesn't always cut it. Maybe because we use it so many different ways. As a weapon. As an excuse. But, when we are really sorry, when we use it right. When we mean it. When our actions say what words never can. When we get it right "I'm sorry" is perfect. When we get it right, "I'm sorry" is redemption."
"Doesn't matter how tough we are, trauma always leaves a scar. It follows us home, it changes our lives, trauma messes everybody up, but maybe that's the point. All the pain and the fear and the crap. Maybe going through all of that is what keeps us moving forward. It's what pushes us. Maybe we have to get a little messed up, before we can step up"
Grey's Anatomy quotes
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
QUANDO O VESTIDO CURTO SAIU À RUA
Dizem que tudo muda quando uma mulher calça uns sapatos altos e veste um vestido acima do joelho. Os homens param, ouvem-se piropos, e elas sentem-se apreciadas e, quiça, donas do mundo.
Hoje experimentei vestir-me assim! P'ra variar sou do contra!!!
Ser o centro das atenções por envergar um vestido, não é a minha onda. Sou tímida e não me sinto bem a atrair os olhares sobre mim mesma. Devia ter chegado a casa com uma auto-estima elevadíssima (afinal houve alguém que ia ficando sem a pizza do almoço, atento o quase-despiste do mocinho das entregas), mas - pelo contrário - fiquei convicta que não me apetecia vestir novamente assim. Por estranho que possa parecer, a minha auto-estima eleva-se apenas quando oiço piropos das pessoas que gosto e cuja a opinião me importa. Quanto aos demais? Bem, os demais fazem-me sentir vontade de esconder a roupita que tanto os impressionou no fundo do baú e esquecer-me que ela existe.
Não sei explicar esta sensação... sempre fui assim (só me sinto apreciada se os elogios vêm de quem gosto, respeito e admiro) e agora estou velha demais para tentar mudar!
terça-feira, 23 de junho de 2009
GRANDES VERDADES (ESCRITAS DE FORMA SIMPLES E CLARA)
"Voltamos ao início, ando fixado nesta coisa e não me custa iniciar. Custa-me é acabar. Iniciar é um instantinho, duas de conversa, o encanto da descoberta, a primeira vez de tudo, todas as coisas são maravilhosas e o mundo é azul e aqui o temos. Agora acabar? Acabar é outra coisa. Acabar arrasta-se, o início não. Não há inicio nenhum que se arraste, quando muito, as negociações que levam a que algo principie podem levar algum tempo, mas o inicio em si não se arrasta. Começa e pronto. E não há acabar e pronto.Já acabei algumas vezes e já acabaram comigo outras tantas. Não é uma coisa que me orgulhe - não é - mas aqui admito que o que me acontece é o mesmo que frequentemente sinto quando necessito de dar condolências a alguém: não sei o que dizer. Sinto muito, fico triste por isso, mas tudo o que eu posso fazer é, por mais que eu não queira, dar-lhe um abraço sem dizer nada. O que se diz a alguém que acabou de perder um parente muito próximo? Sinto muito, é isso? As minhas condolências? Era um bom homem e que Deus o guarde? Não creio. Tudo tresanda a frases feitas, como as sms repetidas no Natal e de aniversário.Com os relacionamentos, a situação agrava-se porque não se pode acabar com um abraço, embora isso pareça muito bonito. Até porque já ninguém acredita naquela coisa do “ Não foste tu, fui eu! ,sendo quase certo que deve haver ali alguém no meio , embora não seja fácil admiti-lo. Ninguém gosta de saber que há uma outra pessoa. É melhor percebermos que algo se esgotou por si só, sem a ajuda de ninguém. Mas o problema, é que quando algo começa a esgotar-se, muitas das vezes torna possível a entrada desse alguém. E esse alguém é o início do fim.E assim sendo, resta-nos comunicar isso mesmo e aqui é que começam os trabalhos . Vamos cá ver, segundo as normas instituídas, pelo livro, devemos convocar um encontro com a outra pessoa e pessoalmente, olhos olhos, dizer que tudo - e peço desculpa que vou ali buscar um copo de água - que tudo acabou. Quem está a ler isto, dirá: É assim mesmo, isso é ser um homenzinho!!” Está bem, eu compreendo. Mas também é preciso ter uma grande frieza, diria que quase germânica, para dizer a uma pessoa de quem já gostamos tanto e que, possivelmente ainda gosta de nós, que nós já não gostamos dela. Ainda por cima por cima à frente dela.E assim, se por um qualquer motivo não o conseguimos e escrevemos ou telefonamos a comunicar, é certinho que nos irão dizer: Nem foste capaz de me dizer isso na cara! Como se isso fosse uma coisa má e um acto tremendamente cobarde.Pois bem, eu acho o contrário. E se puder evitar ter uma pessoa triste à minha frente e fazê-la chorar, se puder evitar os elogios de conveniência e a discussão do costume, se puder evitar levar com uma garrafa de vidro ou um tiro no pé, se puder evitá-lo, então faço-o. Porque o fim em si, é absolutamente inevitável..."
"Já nada dura para sempre, nem o amor como sempre me ensinaram. Até o amor se tornou descartável . Até o amor farta, cansa, entendia, como aqueles amantes que fartaram de se amar tanto, tanto. Tudo acaba e as histórias de amor deixaram de ter só um inicio, um principio que nunca se lhes acabaria. As melhores histórias de amor são as que nunca acabam, como naqueles filmes em que não existe um fim explicito, em que espectador constrói o final que deseja, o final que lhe parece mais adequado. O amor deixou de ser um filme destes e passou a ter um argumento igual a tudo, com principio, meio e fim. Os mais velhos dizem que as novas gerações não têm princípios, mas isso é de longe, o que agora mais há. Nos dias actuais, há mais princípios do que nunca, mas também há mais finais .E isso é que preocupa. As gerações anteriores nunca experimentaram tantos finais como esta, mas as coisas, dantes, também não acabavam tão depressa. Duravam mais. Uma semana tinha mais que 7 dias, havia semanas que chegavam a durar um mês e tardes - que aqui vos juro - chegavam a durar 3 dias. E quando uma coisa parecia acabar, chamava-se alguém para a arranjar e dar-lhe uma nova vida.Hoje em dia, substitui-se, já não se arranja. A máquina de lavar avaria-se, compra-se uma nova. A empresa vai à falência, abre-se uma outra. A relação entre os dois piora, muda-se para uma nova. Acabou-se a paciência, acabaram-se os arranjadores que romanticamente arranjavam, para os substituídores que maquinalmente os substituem. Lembro-me bem de ver anúncios de arranjos em que anunciava em letras grandes: Arranja-se tudo!. Em relação a substituídores, não me recordo de alguma vez ter visto " Substitui-se tudo!" . A vantagem dos arranjadores sobre os substituidores é de tal modo, que as próprios expressões dão vantagem aos primeiros. É disso exemplo a mítica expressão: " Mas que belo arranjo!" que com sinceridade não existe para quem substitui. Porque não pode.Arranjar o que quer que seja, implica resistência ao fim. Enquanto substituir, é a sua absoluta aceitação. Substituir é aceitar o fim, sem pestanejar. Arranjar é espernear furiosamente para poder vir à tona da água . E salvar-se. Substituir é pouco mais do que isso, mas arranjar não se esgota porque precisamente se arranja, desde o emprego para a prima, uns trocos para sair à noite, a máquina de lavar que de novo avariou. Daí que se um dia me perguntarem o que eu sou, direi o que agora sabem: Que não sou mais do que um mero arranjador"
segunda-feira, 22 de junho de 2009
DIÁLOGO IMPROVÁVEL
ELA: QUEM ME DERA SABER...
ELA:
ELE: DÁ-ME A TUA MÃO E CONTINUAMOS JUNTOS A BUSCA
domingo, 21 de junho de 2009
POIS...
AMIGOS E CONHECIDOS
O "amigo" do conselho jurídico gratuito...
O "amigo" bolas estou a sentir-me sozinho, fale comigo enquanto eu não arranjo uma gaja nova...
O "amigo" faça-me lá este contrato-promessa...
As saudades que eu já tinha destes meus "amigos"...
Sempre fui muito exigente com os amigos (bem, na verdade, sempre fui muito exigente comigo e com os outros e em tudo). Fiz sempre uma destrinça clara entre os meus amigos e os meus conhecidos. Os primeiros a família que eu própria escolho e os segundos a rede social onde me movimento.
Tive amigos que desapareceram da minha vida. Foi como se perdesse um familiar, com direito a funeral e tempo de luto.
Tive amigos que pensei que seriam amigos para a vida e que se transformaram em bons conhecidos. Senti o mesmo que se sente quando um familiar vai viver para longe e o contacto se restringe aos dias de festa.
Perdi mais amigos do que ganhei, o que é natural, pois a forma como vivemos não potencia a criação de laços afectivos. Não lido bem com esse facto, mas vou-me mentalizando.
Tenho muito poucos amigos e, actualmente, poucos conhecidos. Provavelmente a culpa é minha, mas envelhecer (ou, o aumento da maturidade se preferirem) tornou-me intolerante com as perdas de tempo e há pessoas que só servem para me fazer perder tempo (essa coisa preciosa que um dia - lamentável e inesperadamente - acaba)...
Uma coisa é certa, gosto mesmo muito dos meus (poucos) amigos e não saberia viver sem eles. Os outros? Bem, os outros vão uns e vêm outros... nada se perde, tudo se transforma!
sábado, 20 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
ANDO A APRENDER A OUVIR O MEU CORAÇÃO ... A TENTAR DEIXAR QUE SEJA O MEU ÚNICO PROFESSOR
Minha senhora das dores
Quanto tempo falta para te ver sorrir
Quantas misérias ainda vais exibir
Quanto tempo mais vou ter de te ouvir queixar?
Minha senhora da solidão
Vê como o sol brilha hoje
Odeio ver-te de luto
Gostava de ver o teu olhar enxuto
De descobrir alguma graça no teu andar
O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Hum, não ajudas ninguém...
Minha senhora da solidão
Minha senhora dos prantos
Tens um "ai" encravado na boca
Que dia após dia te sufoca
Precisas muito mais que uma simples oração
Minha senhora da solidão
Minha senhora das culpas
Tenho que evitar o teu contágio
Não quero saber mais do teu naufrágio
A praia teve sempre ao alcance da tua mão
O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Hum, não ajudas ninguém...
quarta-feira, 17 de junho de 2009
"Um Homem que se encosta às circunstâncias pode cair"
"Nunca sabemos quando deixamos de amar alguém, o amor nunca morre, é como uma velha árvore que se vai desfazendo"
Mas a verdade é que a certa altura:
"(...) adormecemos naquela paz triste e serena, própria de quem perde a guerra porque não lhe apetece lutar a ultima batalha"
Triste? Se tudo na natureza morre e renasce na Primavera seguinte, não será melhor alegrarmo-nos com o que já vivemos, deixarmos morrer o que está moribundo e permitir-nos renascer numa nova paixão ou num novo amor?!!
Não sei se é o sol, o calor, ou mesmo uma lição de vida que ando a interiorizar, a verdade é que nestes últimos dias deixou de me apetecer prestar cuidados paliativos aos amores moribundos (queria que morressem de uma vez e me libertassem definitivamente).
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Oração das Mulheres Resolvidas
que a fonte nunca seque,
e que a nossa sogra nunca se chame Esperança,
porque Esperança é a última que morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos,
e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos,
e os feios se tiver tempo...
Deus...
Eu vos peço sabedoria para entender um homem,
amor para perdoá-lo e paciência pelos seus actos,
porque Deus,
se eu pedir força,
eu bato-lhe até matá-lo.
Um brinde...
Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos.
Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam,
e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!
Que sempre sobre,
que nunca nos falte,
e que a gente dê conta de todos!
Amén.
P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.
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Não gosto muito deste tipo de afirmações, mas atentos os episódios recentes, julgo que vem a propósito...
quinta-feira, 4 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Só quero o que me é devido...
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar.
António Gedeão in Teatro do Mundo